sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Nota do Movimento Estudantil UFU

O Movimento Estudantil organizado da Universidade Federal de Uberlândia esclarece e informa por meio desta nota os fatos ocorridos durante a manifestação política e cultural "É Proibido Proibir", do dia doze de março de 2010, que se desdobrou na ocupação da sala de reuniões da reitoria.

A versão que a mídia veiculou a partir de então se reduz exaustivamente à informação de que os estudantes ali reunidos reivindicavam o direito de consumir bebida alcoólica sem nenhuma restrição no âmbito da Universidade. Esta informação além de distorcer o verdadeiro teor da mobilização ainda expõe de maneira injusta os estudantes envolvidos.

A pauta da referida ocupação trazia várias reivindicações estudantis, tais como: melhoria das condições da estrutura física universitária, contratação de professores em número suficiente para a demanda de alunos e cursos, expansão do Restaurante Universitário que não suporta mais a quantidade de estudantes, fim do processo de terceirização de serviços da UFU, maior qualidade das bibliotecas, revogação do CRA (novo cálculo de desempenho acadêmico), permanência dos espaços de confraternização e eventos culturais nos campi da UFU e a devida regulamentação do comércio de bebida alcoólica na Universidade, ou seja, fora dos horários de aula, somente para maiores de 18 anos e acompanhado de medidas sócio-educativas em relação ao abuso do álcool e de outras drogas.

Como se vê, todos estes pontos foram objetos de discussão e reivindicação no dia 12 de março e tem como eixo principal a conquista de liberdade e democracia na UFU que cada vez mais tem se esquivado de um debate franco com os seus mais de vinte mil estudantes. Não queremos com isso transformar a universidade em uma espécie de terra sem lei, o que queremos é um espaço agradável de educação, sociabilidade, respeito e cidadania.

Não aprovamos as medidas da atual gestão administrativa da UFU que tem implementado várias restrições em relação a inúmeros direitos conquistados pelos estudantes ao longo da história. Por isso, um conjunto vasto de debates ocorridos em assembléias estudantis ao longo do ano de 2010 deliberou que o Movimento Estudantil da UFU tomasse providências.

Acreditamos na transformação e justiça social através da educação, portanto exigimos que a Universidade seja um local que dê exemplo pelo seu ensino e conscientização e não pela proibição.

Condenamos todas as medidas tomadas no sentido de criminalizar o movimento estudantil como têm-se visto ultimamente. O poder instituído, através das suas mais variadas formas de organização, insiste deliberadamente em punir e expor o movimento estudantil da maneira mais suja e inconcebível. De um lado há a tentativa de enquadrar os estudantes em crimes incabíveis e tecnicamente impossíveis, no caso, e querem caracterizar o movimento estudantil como irresponsável, em uma estratégia difamatória. De outro lado, a mídia apóia e forja uma imagem distorcida das pessoas e dos fatos.

O verdadeiro crime que se comete é transformar em bandidos aqueles estudantes que legitimamente lutam por seus direitos em um país tão desigual.

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